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Dossiê Enquete Família LGBT Brasil

 

Farsa na enquete da Câmara sobre o Estatuto da Família

 

 

Em 14 de agosto de 2014, uma equipe do Grupo LGBT Brasil provocou o Ministério Público no sentido de investigar o eventual uso indevido do site da Câmara.

 

 

Como já é de conhecimento de muitos, o site da Câmara dos Deputados está promovendo uma enquete em que se pergunta se o internauta concorda o não com a definição de família como a união de homem e de uma mulher. De saída, a enquete, que faz referência ao Estatuto da Família, patrocinado pela bancada fundamentalista, já é em si um erro por promover um projeto de lei INCONSTITUCIONAL e por fazer uma pergunta que induz muitas pessoas a votarem pelo “SIM” mesmo sem concordar com o projeto do Estatuto.

 

 

Preocupado com o desenrolar da enquete, o grupo LGBT Brasil montou uma comissão para acompanhar as votações na enquete e chegou a uma suspeita estarrecedora: a enquete estaria sendo manipulada e adulterada para dar uma falsa legitimidade ao projeto conservador de estatuto da família em tramitação na Câmara.

 

 

Nos 10 primeiros dias da enquete, entre 11/02 e 21/02 houve razoável campanha dos dois lados, tanto de religiosos fundamentalistas como das pessoas LGBTs, estimuladas pelas figuras mais proeminentes entre os dois grupos. Depois a votação diária seguiu em ritmo suave e aparentemente normal. (Acompanhe clicando no gráfico abaixo para expandir ou clique aqui para abrir e ampliar em uma nova janela)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 31/03 a votação na opção "Sim" dispara até o dia 10/04 sem explicação. De 15/05 a 21/05 um novo salto se verificou para ambas as opções com enorme ênfase para o "Sim"; saltos esses também sem razão clara que os justificassem.

 

 

Em 22/05, o movimento LGBT dispara uma campanha intensa nas redes sociais, e a curva do "Não" passa a diminuir a distância da curva do "Sim", aproximando-se da curva do "Não" continuamente e sem solução de continuidade até o dia 06/07.

 

 

Novo salto do "Sim" se verifica agressivamente do dia 07/07 até o dia 19/07 quando repentinamente despenca dando lugar a um salto inédito do "Não", que acelerou exageradamente sem nenhuma razão até o dia 27/07 quando novamente cai no dia 28 para um terço do dia anterior.

 

 

Houve portanto três saltos na votação do "Não" e pelo menos um salto na votação do "Sim" sem razões plausíveis que os justificassem, chegando a um patamar de supostas votações que nem mesmo as mais populares petições da internet chegaram, apresentando um nível de adesão comparável às maiores petições de interesse mundial promovidas por sites especializados como o Avaaz.

 

 

A progressão anômala no ritmo das votações em favor do “SIM” inicialmente e do “NÃO” posteriormente sugere manipulação nas votações da enquete, para sobrevalorizar sua relevância e incitar uma disputa na qual os partidários do “Sim” deveriam se mobilizar em uma suposta defesa da família tradicional.

 

 

Assim, está claro que há suspeitas bastante razoáveis que votos dados à opção "Não" podem ter sido dados por grupos dedicados na votação da opção "Sim". Há três argumentos fundamentais:

 

 

1. Mesmo com repetição de votos, 2,2 milhões de votos dados à opção "Não" seriam suficientes para alavancar as assinaturas da iniciativa popular pelo Estatuto da Diversidade patrocinada por Maria Berenice Dias que em petição pública não chegam a 25 mil assinaturas.

 

2. Após o último salto de votações, que em 20 dias deu à enquete um montante de cerca de 1,8 milhões de votos (em um total de 4,4 milhões de votos distribuídos por 10 (!) meses), aproximou as duas opções para empate técnico, chegando a opção pelo "Não" a ultrapassar com larga vantagem a opção pelo "Sim". Nestes últimos dias, a opção "Sim" aproxima-se da outra com montante de votos insignificantes, conforme se pode observar nos gráficos e tabela, comprovando o desinteresse pela votação na opção "Não". A sucessiva alternância de velocidade no avanço das opções sugerem controle sobre a votação, mesmo tendo as mais populares lideranças LGBTs insistido na falta de legitimidade da enquete. Só os votantes da opção "Sim" têm interesse em exibir tão grande votação.

 

3. A análise dos gráficos e tabela de dados da monitoração diária, comparados à divulgação que a enquete obteve, mesmo a divulgação da grande mídia como se pode extrair do Google, não explica uma votação tão exagerada, antes, contradiz a votação.

 

 

Logo, é importante levantar junto à opinião pública a legítima suspeita de que os ativistas fundamentalistas estão manipulando o resultado da enquete. E o fazem sob o comando dos maiores interessados, a bancada evangélica.

 

 

Percebendo tamanhas distorções, a comissão do grupo LGBT Brasil entrou com representação no Ministério Público para que eventuais irregularidades na enquete fossem investigadas. As denúncias foram então encaminhadas à ouvidoria da Câmara, que respondeu à promotoria.

 

 

Cabe ressaltar que, a partir da intervenção do grupo LGBT Brasil, e, a partir da resposta da ouvidoria da Câmara, inexplicavelmente, o "NÃO" começou a progredir até empatar e ficar com ligeira vantagem sobre o “SIM”, e o mesmo deputado, Ronaldo Fonseca, que havia usado a enquete em uma entrevista para legitimar o projeto de estatuto da família, passou a dizer que a enquete não tem representatividade no momento em que o “NÃO” estava à frente.

 

 

Em resposta à solicitação da Procuradoria, a ouvidoria da Câmara encaminhou, como parte da defesa da coordenadoria de Participação Popular da Secretaria de Comunicação da Câmara, o resumo de um dia em que 40 IPs foram responsáveis por 40.000 votos. O que era para ser uma defesa, mostrou apenas o quanto a enquete é falha, permitindo que um mesmo computador possa votar milhares de vezes; ou seja, uma enquete que tem 4 milhões de votos, pode ter apenas 40.000 votos reais ou menos!

 

 

O grupo LGBT Brasil fez nova solicitação à Procuradoria no sentido de que seja feita uma auditoria da enquete, de forma a descobrirmos os manipuladores da mesma, seja quem for, independentemente do resultado.

 

 

Nós do grupo LGBT Brasil defendemos que futuras enquetes da Câmara tenham melhores mecanismos de controle dos votos, como necessidade de CPF ou RG e email validado para votar.

 

 

Para o cidadão verdadeiramente democrático solicitar ao Procurador Federal dos Direitos do Cidadão que faça auditoria na enquete, é fundamental e urgente que enviem emails com essa exigência cidadã ao seguinte endereço eletrônico:

 

 

MarioC@mpf.mp.br

 

Assessor-Chefe

Assessoria de Administração

Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão

 

 

Por um Brasil livre das manobras anti democráticas e corruptas

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